A primeira tarde do Festival Pernambuco Meu País em Caruaru foi marcada pelo encontro singular entre a poesia oral do Sertão do Pajeú e a magia das artes cênicas ao ar livre com os malabares, a palhaçada, os risos e o encantamento do circo pernambucano.
Quem deu o pontapé inicial no festival foi o espetáculo Na Bagagem Poesia encenado na praça Giácomo Mastroianni. Dirigido e encenado por Sílvia Góes, traz ao palco as vivências das atrizes Camila Mendes, Kadydja Erlen e Larissa Alves, que contam suas histórias de saudade, amor e infância e as suas relações com as cidades em que nasceram e onde caminharam.
Através dos corpos das personagens Antônia, Bia e Helena, que convidam o público a ouvir suas andanças regadas de ancestralidade e humor, o espetáculo trata da necessidade de resgatar a arte e a poesia depois de um período tão caótico. O espetáculo foi encenado ao ar livre e utilizou os elementos do espaço para a composição das cenas.
Dividido em motes, o espetáculo nasce a partir de uma pesquisa que une a poesia oral de São José do Egito e Recife, utilizando o corpo como instrumento de reverberação da poesia oral, numa mescla da arte do Pajeú com os slam’s de Recife. Utilizando também instrumentos musicais e elementos que representam esses lugares que seguem na bagagem de quem conta a história.
“Abrir a programação de teatro com esse espetáculo trouxe um encantamento, uma singeleza únicos. Trouxemos essa peça de Recife, com artistas de lá que construíram essa história a partir de pesquisas e com a ligação com a poesia do Sertão do Pajeú. Foi repleto de emoção, poesia e saudade”, disse Thays Melo, assessora de Teatro e Ópera da Secretaria de Cultura de Pernambuco.
Já no País do Circo Lona Alakazam, a tarde reuniu mães, pais e crianças de todas as idades com as apresentações do espetáculo “Rastros da Alegria” do Circo Intinerante Puma e da Turma do Biribinha com “APalhassadaMuzikada”.
As duas apresentação são fundamentadas nas mais variadas tradições circenses do Nordeste. “Rastros da Alegria” trouxe malabares, tecido, dança e música. Foram diversos artistas se revezando no picadeiro e interagindo com o público. “APalhassadaMuzikada” trouxe os palhaços Biribinha e Pipoca desenvolvendo números musicais inusitados e convencionais.
O espetáculo propôs atividades musicais singulares, preenchidas por esquetes e gags do palhaço. Durante a apresentação, o envolvimento e participação da plateia foram constantes. A ideia é os espectadores participarem das músicas dos palhaços em instrumentos inimagináveis e em Caruaru a sinfonia não foi nem um pouco engessada.