A Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco segue de vento em popa com sua programação. Na tarde desta terça-feira (13), o Museu do Estado de Pernambuco (Mepe) recebeu o seminário Objetos Etnográficos, Colecionadores e Museus: Debates sobre a Restituição e a Repatriação. Simultanemante acontece a exposição Patrimônio Subaquático Brasileiro: Naufrágios Históricos, que fica em cartaz até domingo e conta com uma palestra nesta sexta-feira (16). O equipamento está localizado na Avenida Rui Barbosa, nº 960, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.
O seminário, ministrado no Auditório do Joaquim Cardoso do Mepe, discutiu os objetos etnográficos musealizados de acordo com os olhares dos colecionadores e as narrativas das coleções. O evento buscou entender o conjunto desses objetos que se encontram em museu e, a partir de uma análise deles objetos, especificamente os da Coleção Etnográfica Carlos Estevão de Oliveira do Mepe, compreender a situação no e do Brasil a fim de aprofundar o entendimento sobre as questões concernentes à restituição e repatriação de bens culturais na atualidade.
A moderação do seminário ficou a cargo de Renato Athias, doutor em antropologia pela Universisade de Paris 10 (Nanterre) e professor de antropologia e museologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Renato ciceroneou o palestrante Sarapó Pankararu, liderança da etnia que dá o nome, da Aldeia Brejo dos Padres da Terra Indígena Pankararu e coordenador da Casa de Memória do Tronco Velho Pankararu e da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo (Apoinme).
A atividade teve início com uma visita por participantes a outra exposição que já acontece no Mepe, intitulada Pernambuco, Território e Patrimônio de um Povo. Nela o público pôde conferir, com orientação de Sarapó e Renato, exemplos de objetos etnográficos que em seguida foram tratados na palestra. O gestor do Mepe, Rinaldo Carvalho, junto com outros membros do equipamento, tambvém acompanharam a visitação e a conversa.
Já no Auditório do Joaquim Cardoso foram abordados assuntos como a importância do colecionador Carlos Estevão de Oliveira; a luta política dos pankararus, sobretudo para a salvaguarda e preservação de seus objetos e sua memória; o resgate do patrimônio imaterial de sua etnia; e as ações da Apoinme.
PATRIMÔNIO SUBAQUÁTICO – No hall do Espaço Cícero Dias do Museu do Estado de Pernambuco está montada a exposição Patrimônio Subaquático Brasileiro: Naufrágios Históricos, que tem como foco o acervo pertencente à Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha do Brasil, composta por 14 banners com dados e fotografias de naufrágios de importância histórica para o País. De Pernambuco, constam dois naufrágios: o Alfama de Lisboa e o galeão São Paulo. A mostra se tornou possível por meio de uma parceria com Fundação Paranã-buc, representada pelo professor Carlos Rios, da UFPE.
Patrimônio Subaquático Brasileiro: Naufrágios Históricos fica em cartaz até o dia 18 de agosto, até sexta-feira (16), das 9h às 17h; e, no sábado e domingo, das 14h às 17h. Ainda sobre o tema, nesta sexta (16), das 15h às 16h, ocorre a palestra Patrimônio Cultural Subaquático Brasileiro: Conceito, Legislação e Desafios para Proteção. A conversa é ministrada por Ricardo Guimarães, que é licenciado em história pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), mestre em arqueologia pela Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP) e doutorando em arqueologia na UFPE.
A SEMANA – A Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco é um evento promovido pelo Governo do Estado, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), com a colaboração de diversos parceiros. Com o objetivo de comemorar o Dia Nacional do Patrimônio Histórico (17 de agosto) ao longo dos anos, tem-se estabelecido como um espaço de debates, interdisciplinar e interinstitucional, sobre questões essenciais para a compreensão das formas de constituição, valorização, reconhecimento e preservação dos patrimônios culturais, a partir de ações previstas em quatro eixos: pensar, interpretar, brincar e experimentar o patrimônio.
Este ano, em sua 17ª edição, com o tema Educação, Território e Participação Social, tem por objetivo destacar a relevância dos diferentes processos educativos, da participação social e gestão compartilhada na proteção e salvaguarda dos patrimônios culturais em diversos territórios pernambucanos. Em seu escopo traz para a discussão a emergência da valorização (no campo do patrimônio) dos saberes das comunidades tradicionais, das tradições orais, dos saberes de artífices, de mestres e mestras, da relação das religiosidades e ofícios com o meio ambiente e natureza; bem como elucidar experiências acadêmicas de entes representativos e de arranjos coletivos de participação social no mapeamento e na gestão, zeladoria e continuidade dos bens culturais.
Com uma extensa programação, a Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco segue com ações o dia 28 de agosto. Confira aqui a agenda completa.