Afroh/Divulgação
Lety MC
O hip hop também tem lugar e voz no Carnaval do Recife. No dia 20 de março, todas as expressões do movimento cultural se encontram no Cais da Alfândega, Bairro do Recife. Às margens do Rio Capibaribe, os recifenses poderão assistir gratuitamente a shows, batalhas de rima, performances de breaking e grafite que integram a programação do Polo Hip Hop: Folia em 4 elementos. O evento é aberto ao público e tem realização da Associação Metropolitana do Hip Hop (AMH2PE), com apoio da Prefeitura da Cidade do Recife e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
A programação musical, composta por artistas da terra, apresenta os shows de Zé Brown, Bione, Bell Puã, Lety MC, Dandara MC, MC Raxta, além dos DJs Dagga e Nixon e uma cypher de breaking. A grade também reservou espaço para batalhas da Jornada de MCs, movimento liderado pelo DJ Big, articulador cultural e educador social, que envolve jovens de diversos bairros em um duelo de ideias ao vivo. Representando o elemento grafite, Galo de Souza participa de uma livepating que pode ser acompanhada pelo público ao longo da programação.
Para Dom Pablo, coordenador da Associação Metropolitana de Hip Hop, o Polo simboliza uma conquista da cadeia produtiva e precisa reverberar a potência da juventude que movimenta as periferias da cidade. “São mais de 20 anos com a responsabilidade de difundir o trabalho de artistas criativos que passam o ano inteiro produzindo, lançando projetos autorais e fazendo a cultura hip hop ser cada vez mais influente para as novas gerações”, comenta.
Com mais de 20 anos de história, o Polo Hip Hop se firma como uma política de valorização e visibilidade para artistas do Estado. A nova e a velha escola se encontram para celebrar os elementos fundamentais dessa que representa uma das mais expressivas manifestações da cultura negra e periférica, que emergiu na década de 1970 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque para o mundo.
Tiger Rapper, que foi integrante do lendário grupo Faces do Subúrbio e integra a coordenação da associação, acredita que o espaço é fundamental para a autoestima da juventude. “É por meio da música, do grafite e da dança que muitos(as) jovens encontram o sentido na vida. Essa cultura é mais do que lazer. É sobre possibilitar novos horizontes para quem muitas vezes não tem perspectiva”, defende o cantor ressaltando o caráter social do movimento.
A programação está marcada para começar às 17h. São seis horas de uma celebração que também promove homenagens a personagens relevantes para o desenvolvimento da cultura de rua em Pernambuco. A curadoria priorizou nomes que fazem da música um instrumento para reverberar o lema que até hoje norteia o movimento hip hop: “Paz, união, amor e diversão”.