Hugo Muniz/Divulgação
Banda Eddie
O Festival Cena Peixinhos preserva a tradição de celebrar a música pernambucana autoral com uma diversidade de artistas e bandas na programação. Neste mês de fevereiro realiza sua 16ª edição trazendo shows gratuitos para o Centro do Recife, no Cais da Alfândega (em frente à escultura do caranguejo), a partir das 19h. O encontro na rua reúne as apresentações de Afroito, Capim Santo, Carranza, Coco Raízes de Arcoverde, DJ Big + batalhas de rima (nos intervalos), Eddie (festejando 35 anos), com a participação da Orquestra de Frevo do Babá, além da Vírus abrindo as apresentações.
Assim como nos anos anteriores, o Cena Peixinhos ocupa o Bairro do Recife justamente por nascer com o DNA do manguebeat, tendo a arte independente em sua essência. O tema deste ano é Salve o Nascedouro, sendo um pedido de socorro para o Nascedouro de Peixinhos, equipamento público com mais de 100 anos de história e que fica nos limites entre Recife e Olinda.
A realização do festival é da Mouras Produções Artísticas, com patrocínio da Prefeitura do Recife, por meio da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), e apoio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Governo de Pernambuco.
“Em um único palco e data, as atrações dialogam a partir de suas identidades e ritmos, como coco, rock, reggae e hip hop. Musicalmente a programação une artistas e grupos das antigas e da atualidade possibilitando uma vivência de compartilhamento entre produções artísticas e musicais”, declara o produtor cultural e coordenador do festival, Harryson Moura.
Entre as atrações com mais anos de existência estão o Samba de Coco Raízes de Arcoverde, grupo do Sertão do Estado, e as bandas Eddie, Capim Santo e Carranza, todas de Olinda (PE). Além dessas, Afroito (Olinda); DJ Big, (Recife), nos intervalos da programação, dando palco para as batalhas de rima; e a banda Vírus (Recife) com uma apresentação de hip hop.
“Afroito está representando a nova cena, com uma identidade ancestral e afrofuturista, além de ser da periferia de Olinda. O Festival Cena Peixinhos também resgata e respeita a ancestralidade sendo um caminho para potencializar ainda mais a arte negra. Sem arte morre-se de realidade”, acrescenta o produtor.
DJ Big celebra o espaço para o hip hop no Cena Peixinhos, sobretudo para artistas das batalhas de rima de Pernambuco. “A vivência de estar no palco é algo necessário para as pessoas que estão levando suas ideias por meio de palavras e versos, música e poesia no dia a dia dos encontros de rima nas periferias e nos centros das cidades. Esses e essas artistas necessitam estar na programação de festivais no geral”, comenta o coordenador do festival.
Com a autoria da produtora cultural Ana Beatriz Bronzeado, a identidade visual do Festival Cena Peixinhos 2025 é mais do que um conjunto de elementos: é pensada para uma vivência afetiva e de luta. “O ponto de partida é entender o que faz desse festival resistente. A ideia central nasce da própria essência e história do Cena Peixinhos. Recife e Olinda têm uma energia efervescente, em que tradição e inovação caminham juntas. O objetivo é traduzir esse encontro de tempos, ritmos e expressões em uma identidade visual e de comunicação, direta com o público, de essência vibrante e diversa da cultura afropernambucana”, explica a autora.
Um dos temas centrais da arte de divulgação é a torre do relógio do Nascedouro de Peixinhos. “Busquei uma fusão entre a resistência e a potência criativa da cultura popular, um patrimônio que traz histórias e memórias. Ao lado dela a cultura afro-pernambucana segue abrindo caminhos e possibilidades, ressignificando os espaços e gerando encontros”, destaca a produtora.
A pauta é conectar arte, cultura e pessoas. “O conceito foi pensado a partir de uma junção de diversas formas da arte em que diferentes gerações, estilos e linguagens se encontram para criar algo novo, pulsante e resistente. É importante que a identidade seja pensada de uma forma que gere conexão com o público, fortalecendo sua mensagem e transformando o festival em algo memorável”, pontua a artista.
O Festival Cena Peixinhos existe desde 2010 com o objetivo de celebrar a cultura e a música locais, além de ser um espaço de resistência. A inspiração visual também está nas origens do festival, no território onde nasceu como manifesto social e continua. Sua primeira edição aconteceu no Nascedouro de Peixinhos (antigo Matadouro), na divisa de Olinda e do Recife, um espaço que simboliza essa fusão cultural e há mais de uma década mantém viva a essência”, lembra a produtora.
COMBINAÇÃO – Ana Beatriz Bronzeado também explica sobre as cores, tipografia e elementos gráficos: “São tons vibrantes dos blocos de Carnaval, o azul do Capibaribe e o amarelo do pôr do sol na orla de Olinda. Já a tipografia e os elementos gráficos resgatam a cultura urbana, periférica e preta com uma abordagem contemporânea que se adapta tanto aos meios digitais quanto aos impressos”, conta.
Serviço:
16º Festival Cena Peixinhos – quarta-feira (19), a partir das 19h, no Cais da Alfândega (Bairro do Recife). Acesso gratuito