O Governo do Estado anunciou mais uma requalificação de seus patrimônios culturais. Desta vez, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC-PE), no Sítio Histórico de Olinda, entrará em uma nova fase de suas obras em breve. Através da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o governo lançou nesta quarta-feira (9) o edital de licitação para contratação de empresa de engenharia para a conservação e restauro do museu. As companhias que desejarem concorrer têm até às 10h de 23 de maio para entregarem suas propostas. O edital está disponível no site do PE Integrado.
“A requalificação do Museu de Arte Contemporânea garante a permanência e a conservação da história, da arte, da cultura em Pernambuco. Estamos trabalhando fortemente na valorização dos nossos equipamentos culturais, e não poderia ser diferente com o MAC. As intervenções vão possibilitar um espaço mais seguro, acessível e bonito para que a população possa desfrutar das obras de grandes nomes das artes plásticas brasileira”, destacou a governadora Raquel Lyra.
Elaborado por equipes técnicas da Fundarpe, o projeto do MAC-PE tem como foco a recuperação geral do equipamento cultural, nas áreas interna e externa. As intervenções vão englobar a implantação do sistema de acessibilidade (banheiros, elevador e rampas), restauração de cantarias, assoalho, renovação das instalações elétricas, prevenção de combate a incêndio, instalação do sistema de ar-condicionado, paisagismo na área externa, reforço estrutural do mezanino e recuperação de cobertura da sala de exposição temporária.
A presidente da Fundarpe, Renata Borba, ressaltou a prioridade da atual gestão estadual em ações de salvaguarda do patrimônio histórico do Estado. “Mais uma obra que reafirma o compromisso do Governo do Estado com a preservação do patrimônio cultural pernambucano. A restauração e requalificação do edifício do antigo Aljube, que hoje abriga o MAC, permitirá a reabertura desse importante equipamento, com seu precioso acervo de obras modernas e contemporâneas, que contribuirá para a dinamização do Sítio Histórico de Olinda, nossa cidade Patrimônio Mundial”, afirmou a gestora.
Para a secretária de Cultura, Cacau de Paula, a recuperação do MAC é um importante movimento para as artes plásticas de Pernambuco. “Monumento histórico de Olinda, o espaço tem um dos acervos mais importantes da arte contemporânea brasileira. É um orgulho para nós, pernambucanos, zelar por estas obras e em muito breve devolvê-las à população. A reabertura próxima do MAC irá também fortalecer o turismo no nosso Estado, movimentando ainda mais o setor artístico”, frisou a secretária.
PRIMEIRA ETAPA – Em 2023, ao assumir o Governo de Pernambuco, a atual gestão, por meio da Fundarpe, recebeu o MAC-PE fechado, com problemas estruturais e de segurança patrimonial. No primeiro momento, foi dada continuidade à obra já em andamento de consolidação com reforço nas fundações e revisão das cobertas, concluída em outubro de 2024. Em paralelo às obras, a Diretoria de Obras e Projetos Especiais da Fundarpe realizou o projeto completo de requalificação, que está agora em fase licitatória.
SOBRE O MAC-PE – Localizado no sítio histórico de Olinda, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC-PE) foi inaugurado no dia 23 de dezembro de 1966, com a doação de parte da Coleção do Embaixador Assis Chateaubriand ao Estado. Hoje o museu conta com um acervo de mais de 4 mil obras das mais variadas técnicas, épocas e estilos, indo desde o academicismo francês até a contemporaneidade.
Telas de grandes nomes das artes plásticas brasileira como Portinari, Cícero Dias, Eliseu Visconti, Djanira, Telles Junior, Wellington Virgolino, Di Cavalcanti, João Câmara, Guinard, Adolph Gottielib, Burle Max e Francisco Brennand, entre outros, fazem parte do acervo. As mesmas se encontram armazenadas e cuidadas por um museólogo que faz parte da equipe da Superintendência de Equipamentos Culturais da Fundarpe.
Além de seu rico e único acervo – que é um dos principais de arte moderna da América Latina -, o MAC-PE está instalado em um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Datada de 1765, a construção que abriga o museu foi projetado para ser o Aljube da Diocese, tendo sido durante todo o período da Inquisição a única prisão eclesiástica que se tem notícia na história do Brasil.
Foto: Aurélio Velho/Divulgação
Obra de Montez Magno do acervo do MAC-PE
Foto: Aurélio Velho/ Divulgação
Obra de Bajado do acervo do MAC-PE