Foto: Luiz Felipe Bessa/Secult-PE/Fundarpe
O último dia do Festival Pernambuco Meu País 2025, realizado neste domingo (3), em Buíque, foi marcado por uma imersão nas sonoridades que traduzem a riqueza musical de Pernambuco. Entre os países das Culturas Populares, Música e Música Instrumental, o público vivenciou experiências que conectaram tradição, inovação e emoção em apresentações memoráveis, na Praça Major França, no coração da cidade.
A programação começou às 15h, no País das Culturas Populares, com o Pastoril Estrela Celeste, do município de Pedra, encantando o público com música, dança e cantos tradicionais. Em seguida, foi a vez do Afoxé Yá Omi Ogunté, de Arcoverde, que reuniu o público com sons fundamentados nas religiões de matrizes africanas. Com o toque envolvente do ijexá e vestimentas em azul e branco, o grupo levou à praça a força do afoxé e suas raízes ancestrais. “Estamos muito felizes em trazer a nossa cultura religiosa, entendendo que é de extrema importância desmistificar o nosso sagrado e trazer toda a herança cultural do candomblé para acesso de todos. Ficamos encantados com a recepção do público, que interagiu com a gente, cantou junto, levantou as mãos e dançou. Com toda certeza, retornaremos para a nossa cidade com a energia imensa que recebemos aqui”, celebrou Maurício Honório, vocalista e fundador do grupo.
Finalizando a programação do polo, o grupo A Cocada, da comunidade do Amaro Branco, em Olinda – um dos berços expoentes do ritmo coco – esquentou os presentes, que caíram na dança. A apresentação contou com bailarinos que interagiram com o público, fazendo com que crianças, jovens e adultos entrassem na roda.
O País da Música já engatou a programação em sequência e propôs ser uma vitrine da música autoral pernambucana. Às 18h, o garanhuense Zeh Lucas levou ao palco uma fusão de rock psicodélico, alternativo e soul, com sotaque regional, apresentando faixas autorais que conquistaram o público, como a já conhecida “Coisinha”. Na sequência, às 19h20, Joanathan Richard, de Caruaru, revisitou seus 33 anos de carreira com um show de blues e rock, emocionando os presentes com clássicos como “Johnny B. Goode”, numa viagem nostálgica que homenageou lendas como Elvis Presley.
O grupo A Cocada, da comunidade do Amaro Branco, em Olinda – um dos berços expoentes do ritmo coco – esquentou os presentes, que caíram na dança I Foto: Ronny Colors/Secult-PE/Fundarpe
A noite na Praça Major França atingiu seu auge por volta das 20h com o show de Barbarize, que lotou a praça e fez o público vibrar com sons urbanos genuinamente pernambucanos, com o seu “afro trap”. Sob o comando dos vocalistas Bárbara Vitória e YuriLumin, o grupo apresentou um repertório de ritmos afrodiaspóricos, passando pelo afrobeat e reggaeton, e fez referência à cena manguebeat com a faixa “Mangue”, que evocou os acordes da Nação Zumbi e o legado de Chico Science. Bailarinos e coreografias interativas completaram a apresentação, transformando o espaço em uma grande celebração da cultura urbana.
Na sequência, quem assumiu o palco foi Jéssica Caitano, rapper, cantora, compositora e percussionista de Triunfo, no Sertão do Pajeú. Misturando embolada, repente, rap e hip hop com beats eletrônicos e instrumentos tradicionais da cultura popular, a artista encerrou a programação do País da Música em grande estilo, reafirmando o poder criativo da música pernambucana contemporânea.
A rapper, cantora, compositora e percussionista de Triunfo, no Sertão do Pajeú, Jéssica Caitano I Foto: Luiz Felipe Bessa/Secult-PE/Fundarpe
Paralelamente, o País da Música Instrumental trouxe um momento de introspecção e encantamento na Paróquia São Félix de Cantalice, a partir das 20h, com o Quinteto Camará. A apresentação, em homenagem aos 95 anos do Conservatório Pernambucano de Música, revelou ao público a riqueza tímbrica dos instrumentos de metal, destacando a originalidade das partituras e proporcionando uma experiência sonora de alta qualidade. O espetáculo emocionou os presentes e reforçou a potência da música instrumental produzida no Estado.
O Festival Pernambuco Meu País, que segue agora para Serra Negra, em Bezerros, é realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – Fundarpe e Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE). Toda a programação está disponível no Instagram oficial do festival, o @festivalpernambucomeupais, e no @culturape.