Auxiliares e técnicos de enfermagem do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) paralisaram, na manhã desta segunda-feira (13), os atendimentos no ambulatório e centro cirúrgico da unidade hospitalar, durante uma manifestação que fechou também uma das faixas da avenida Cruz Cabugá, em Santo Amaro, no sentido Centro.
Por conta da manifestação, liderada Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), apenas a emergência do hospital funcionou na manhã desta segunda (13) — com apenas 30% do efetivo de profissionais.
A categoria reivindica melhorias nas condições de trabalho, prazo para o cumprimento da promessa de reajuste salarial que, segundo o sindicato, ainda não foi definido, e, principalmente, o pagamento do complemento do piso salarial dos meses de dezembro (2023) e janeiro (2024).
De acordo com o superintendente do HCP, Sidney Neves, com relação ao complemento do piso salarial dos meses reclamados, o que chegou de verba do Ministério da Saúde para o pagamento do salário dos enfermeiros do hospital já foi pago. No entanto, falta um complemento, que não ainda não foi enviado pela pasta à instituição.
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“O piso salarial já vem definido com o nome e o CPF do colaborador que trabalha no hospital. Entendemos que a diferença de dezembro e janeiro é um dos maiores motivos, e que eles gostariam de receber essa diferença. Mas o que acontece é que, como o dinheiro vem de Brasília, eu não tenho poder de inteferência. O que cabe ao HCP foi pago e estamos 100% em dia”, explicou o superintendente.
Ainda de acordo com o responsável pela instituição, 18 cirurgias foram canceladas na manhã desta segunda (13). Outras 25 cirurgias, que estavam previstas para a tarde desta segunda-feira (13), também foram desmarcadas.
Por segurança, os 42 procedimentos que estavam previstos para esta terça (14) também foram suspensas.
Foto: Clarice Melo/ Folha de Pernambuco
“O HCP é responsável por 51% do atendimento das pessoas com câncer pelo SUS em Pernambuco. A gente atende, em média, no ambulatório, 26 mil pessoas por mês. Eu posso dizer que esse mesmo ambulatório, hoje, deixará de fazer cerca de 2 mil atendimentos. O maior impacto dessa paralização, para os pacientes, é tempo. Algo essencial no tratamento contra o câncer”, afirmou o médico.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) entrou em contato com o HCP e o Satenpe. Uma reunião foi agendada para as 16h30, a fim de compreender melhor a situação e, se possível, realizar uma intervenção junto ao Ministério da Saúde.
“O que eu posso afirmar é que tudo que veio para os colaboradores do nosso hospital, referente ao piso nacional, foi 100% repassado. Em respeito aos profissionais, porque sabemos da importância deles pro HCP, então, nada mais justo. Por isso, posso afirmar que o que cabe ao hospital, o que chegou para os colaboradores, nós estamos 100% regulares”, concluiu Sidney Neves.