Terra de saberes alimentares ancestrais, o Vale do Catimbau abriu as portas do salão paroquial da igreja do centrinho da vila neste sábado (2) para uma tarde de partilha de conhecimentos sobre práticas gastronômicas. A programação do País da Cultura Alimentar, que se iniciou de manhã com a oficina de fermentação, foi retomada com uma aula prática seguida do Fórum Cadeia Produtiva da Cultura.
Às 14h foi iniciada a aula Licuri na Massa, com o chef George Luis, da Cábris Cozinha, para os moradores locais. O foco das receitas desenvolvidas por ele e preparadas na hora foi justamente o licuri – ou oricuri ou coco catolé, como conhecido em outros locais. Insumo abundante na região de Buíque e do Vale do Catimbau, esse coquinho tem sabor marcante e pode ser base para muitos alimentos. Durante a aula essa versatilidade do ingrediente foi comprovado (e provado) através dos pães doces e dos bolinhos de goma.
“Estou extremamente grato de estar aqui hoje no Vale do Catimbau, trazendo um pouco do conhecimento adquirido durante vários anos de estudo, realizando uma troca super importante com quem produz de fato comida. Aqui eu também aprendo com quem produz a comida, a trazer novos produtos para a terra. Acaba sendo muito gratificante realizar essa troca, trazer um conhecimento mais técnico e voltar daqui com um saber cultural ancestral”, celebrou o chef e professor.
Fórum de Cultura e Mercado – Espaço de diálogo e partilha de saberes dedicado a refletir sobre as interseções entre cultura, sustentabilidade e economia solidária, o tema desta edição no Catimbau foi Quintais Produtivos. A nutricionista Wilka Rosane, a fitoterapeuta Vanda Kapinawá, e o agroecologista Niwá Kapinawá debateram o tema a partir de suas vivências junto à coordenadora de Gastronomia da Secult-PE, Dianne Souza, e ao representante da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), o engenheiro florestal Sérgio de Azevedo.
Para Dianne Souza, essa partilha é o grande objetivo da programação do País da Cultura Alimentar no PEMP. “O objetivo desse polo é estarmos alinhados aos territórios. Então aqui no Vale do Catimbau a gente tem o licuri e as atividades foram direcionadas a produtos com esse coco, para que principalmente a cooperativa das mulheres aqui do Catimbau pudesse pensar em novas possibilidades de preparos e comercialização. E o fórum é justamente esse espaço de partilha, de conversar do que a gente realmente tem aqui e o que uma gente pode contribuir para melhoria já que essa escuta vai pautar o fortalecimento das nossas políticas públicas.
Funcultura – A tarde com os moradores do Catimbau também foi momento para a equipe do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura tirar as dúvidas dos produtores culturais locais. Em mais uma ação formativa descentralizada, foi mostrado como participar e se inscrever nos editais, como obter o Cadastro de Produtor Cultural (CPC) e mais informações acerca do fundo e de como articular projetos a partir dos talentos e experiências já existentes no local.