Também intérprete, percussionista e produtora cultural, Poli tem raízes afroindígenas e inspiradas na sua ancestralidade africana e nordestina. Imagem: Sandrine Neves.
Com incentivo da Lei Paulo Gustavo Pernambuco, a artista Poli lança seu primeiro EP solo: “Da Raiz ao Canto”, já disponível nas plataformas de streaming. O trabalho reúne seis faixas autorais, que transitam por ritmos como capoeira, coco, choro e ijexá, e reafirma a força da ancestralidade afroindígena e a conexão entre espiritualidade, arte e território.
O lançamento foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio de edital de chamamento público realizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) e pela Fundarpe, com repasse do Ministério da Cultura – Governo Federal.
Ancestralidade que vira canto Mais do que um conjunto de músicas, o EP é um manifesto poético. “Esse trabalho fala de movimento, circularidades. É um ebó para o orí. Fala de espiritualidade, de fé, da jurema sagrada, da capoeira, de encontros e desencontros. É um trabalho de cura e comemoração. Uma continuidade do saber ancestral eternizada no canto e nos arranjos musicais dançantes”, afirma Poli.
A artista também assina a identidade visual, a concepção do figurino e a produção musical do EP, que foi gravado no estúdio Carranca (Recife) e dirigido por Zé Freire, responsável por três das composições e pelos arranjos. A produção musical é de Vinícius de Farias.
Entre os destaques do EP estão as participações da filha da artista, Leona, na música Licença, e da cantora Alessandra Leão, na faixa Fumaça. A lista de colaboradores reúne ainda nomes como Fábio Soares, Daniel Menezes, Rodrigo Felix e a musicista Tina.
Fé, corpo e som
Poli também é percussionista, intérprete e produtora cultural, com uma trajetória construída a partir da fé e da vivência nos terreiros de candomblé e da jurema sagrada. Sua musicalidade se alimenta de referências afroindígenas, da cultura popular nordestina e do samba, passando por ritmos como ijexá, coco de roda e baião.
“A música é um rezo, um desabafo, uma forma de falar da vida com o corpo, com a dança e com o canto. O EP é um presente cantado para o povo afroindígena, um retorno às raízes, às encruzilhadas, aos guias e aos mestres da jurema”, afirma.
Além das composições e arranjos, o disco se destaca pela instrumentação coletiva. Mais de 25 instrumentos foram utilizados, entre sopros, cordas, percussões e palmas, com atuação de músicos e musicistas pernambucanos. A ficha técnica completa inclui ainda nomes como Thúlio Xambá, Yko Brasil, Amanda Ganimo, Rodrigo Felix, entre outros.
Contracapa do EP ‘Da Raiz ao Canto’. Imagem: Divulgação.
Caminho já em movimento
A estreia de Poli no universo digital aconteceu em 2023 com o lançamento da faixa “Pra Você”, seguida de “Pras Mestras”. Desde então, ela se apresentou em palcos do São João do Recife (2023 e 2024) e do Carnaval do Recife, passando por polos como Várzea, Cordeiro e Novo Cais/Armazém do Campo.
A artista também participou de projetos como o grupo Raízes do Capibaribe, a banda Fuzuê, e ações como SambaCoco, Samba na Casa de Salomão e Samba da Sardinha, reafirmando seu compromisso com a valorização da cultura popular e com o fortalecimento da presença feminina e negra na cena musical pernambucana.
O EP “Da Raiz ao Canto” pode ser ouvido nas principais plataformas digitais. Mais informações sobre o trabalho da artista: @umapolii