Foto: Léo Mota
“Ponto de Vista: crítica e cena pernambucana” é fruto de pesquisas porcentenas de periódicos
O jornalista, pesquisador e historiador do teatro Leidson Ferraz, Doutor em Artes Cênicas pela UNIRIO, Leidson Ferraz, sempre quis escrever sobre os primórdios da crítica teatral no Recife e, graças ao incentivo da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo do Estado de Pernambuco, o resultado foi o livro-pesquisa “Ponto de Vista: crítica e cena pernambucana”. Na próxima sexta-feira (16 de maio) a partir das 19h, no palco do Teatro de Santa Isabel, ele fará o lançamento da publicação digital gratuita, juntamente com uma palestra onde promete contar e refletir sobre as maiores curiosidades da relação entre as peças apresentadas naquele e em outros palcos, os espectadores do século XIX e início do século XX e a imprensa teatral, tríade que forma um sistema cheio de embates e polêmicas. O evento abre as comemorações de aniversário dos 175 anos do Teatro de Santa Isabel (os interessados assinarão um livro de presença e terão acesso à casa de espetáculos gratuitamente).
“Ponto de Vista: crítica e cena pernambucana” é fruto de pesquisas por centenas de periódicos, desvelando as primeiras publicações de resenhas críticas voltadas ao teatro nos jornais, inicialmente de autores anônimos (O Kapla, O Espectador, Os R. R., Abdalah-el-Kratif, O Sentinela ou O Apreciador do Mérito foram alguns dos pseudônimos utilizados), até àquelas com assinatura de jornalistas contratados, já nos primeiros anos do século XX, como Manoel Arão, Mário Melo, Samuel Campello e Valdemar de Oliveira. Mas a obra está bem mais centrada na segunda metade do século XIX, especialmente após a inauguração do Teatro de Santa Isabel em 18 de maio de 1850, com a chegada e permanência das companhias visitantes com peças melodramáticas, como a dos artistas cariocas Germano Francisco de Oliveira e João Caetano dos Santos (o maior astro do teatro brasileiro daqueles tempos), ou de outros nomes menos conhecidos, como o do português radicado no Recife Antônio José Duarte Coimbra, o empresário que mais administrou o Teatro de Santa Isabel.
A explosão dos gêneros ligeiros como a opereta, a mágica e o teatro de revista, substituindo o teatro romântico ou o teatro realista, causou estranhamento na crítica e no público recifense. “Para se ter uma ideia, em 1869, no mesmo ano em que o Teatro de Santa Isabel sofreria um terrível incêndio, pouco antes disso a exibição das primeiras óperas-buffa já havia causado alvoroço naquela casa de espetáculos, com agressões a artistas, quebra pau e presença de polícia para conter os espectadores mais indignados”, lembra o historiador. São curiosidades como essa que Leidson Ferraz pretende contar ao público que for prestigiar o lançamento de seu mais novo livro-pesquisa e ele promete uma noite agradável, com muito bom humor, projeção de imagens raras e histórias que qualquer apaixonado pelo teatro deve conhecer.
“A intenção é revelar detalhes dos gêneros teatrais daqueles tempos, o formato dos espetáculos, os artistas de maior destaque, a relação que o público mantinha com o palco e como a imprensa reagia a tudo isso. Os embates de opiniões, claro, foram inevitáveis e a gente vai ver que o passado, às vezes, se assemelha bastante ao presente, claro que cada qual com seu contexto específico”, comenta. Sintam-se todos convidados! O Teatro de Santa Isabel fica na Praça da República, s/n, no bairro de Santo Antônio.
O livro digital já pode ser acessado e baixado clicando aqui.
Serviço:
Lançamento do livro-pesquisa “Ponto de Vista: crítica e cena pernambucana”, abrindo a programação de aniversário dos 175 anos do Teatro de Santa Isabel
Data: sexta-feira (16 de maio)
Horário: a partir das 19h
Local: Teatro de Santa Isabel
Incentivo: Política Nacional Aldir Blanc (PNAB/PE), do Governo do Estado de Pernambuco