Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e os Termos de Uso.
Accept
Informe Pernambuco
Facebook Like
Twitter Follow
Instagram Follow
Informe PernambucoInforme Pernambuco
Pesquisar
  • Principal
Follow US
© Foxiz News Network. Ruby Design Company. All Rights Reserved.
Cultura

Mestra Ana Lúcia comanda festa de Reis em Olinda com seu Pastoril Estrela de Belém

10 de janeiro de 2025
Compartilhar

Se o dito popular é que o ano começa depois do Carnaval, para muitos fazedores e apreciadores da cultura popular pernambucana os novos tempos se iniciam verdadeiramente no Dia de Reis. Data em que se encerra oficialmente o ciclo natalino, o 6 de janeiro é marcado pelos tradicionais desfiles de pastoris e queimas de lapinhas, com uma forte simbologia de renovação.

Um dos grupos de pastoril mais tradicional é o Estrela de Belém, comandado por Mestra Ana Lúcia, em Olinda. E como todo ano, o grupo irá se apresentar no próximo dia 6, a partir das 20h, num cortejo que se inicia na praça de Amaro Branco e segue até a Praça do Carmo. Patrimônio Vivo de Pernambuco, a mestra segue aos 80 anos guiando o grupo de 30 crianças e adolescentes e mantendo viva a tradição secular iniciada pelo seu avô.

“Estamos na quinta geração já da família que participa do pastoril de minha mãe. Ela começou criança e já faz uns 50 anos que está à frente do grupo. Esse folguedo é muito importante para nós porque é uma cultura que move a comunidade. Sabemos da importância dessa tradição e minha mãe faz de tudo para continuar todo ano. São cerca de 30 meninas pra quem garantimos as idas e vindas aos ensaios, lanche, figurino, tudo”, conta a filha de Ana Lúcia e brincante, Totoca.

A preparação é longa e exige dedicação, mas é feita com muito afeto e estímulo. Os ensaios costumam começar em setembro e acontecem ao longo da semana toda. “Esse pastoril é tudo pra gente, é uma tradição que fala de Jesus, da presença divina, só de coisas boas. Quando a lapinha está queimando é muito emocionante, a gente sente uma saudade já”, ressalta Totoca.

Priscilla Buhr/ Acervo Fundarpe/ Secult-PE

Queima da lapinha

O Pastoril

O Estrela de Belém integra a tradição cristã do pastoril religioso com origem na Idade Média e trazida para o Nordeste durante a colonização. A apresentação encena o nascimento do menino Jesus com muita música, performances teatrais e aguardada queima da lapinha.

O cordão azul, o cordão encarnado e a figura de Diana são elementos imprescindíveis em qualquer pastoril. As cores azul e vermelho do pastoril representam a disputa entre cristãos e mouros, que se referem às lutas travadas na Península Ibérica. E Diana, vestida com as duas cores, traz a harmonia.

Já a queima da lapinha faz alusão à manjedoura onde Jesus nasceu e ao dia em que ele foi visitado pelos três reis magos, Dia de Reis. Feita de folhagens secas e incensos, a Lapinha é queimada para consagrar ao fogo esperanças e desejos. Por isso que as pessoas que estão assistindo à apresentação são convidadas a escrever pedidos em pedaços de papel. Os mesmos são queimados no fogo para espalhar aos ventos os desejos para o ano que acaba de se iniciar.

Mestra Ana Lúcia

Rodeada de mestres e mestras da cultura popular do Amaro Branco, Ana Lúcia Nunes da Silva nasceu em 29 de março de 1944.Coquista de roda, líder do pastoril Estrela de Belém e do Acorda Povo, tradicional procissão dançante que antecede os festejos juninos e recria o batismo de Jesus Cristo por São João Batista, de quem a mestra é devota.

Em sua trajetória como coquista mulher, a Mestra enfrentou machismo por liderar um grupo de coco, função a qual, historicamente, era ocupada por homens. Mas, Ana Lúcia se impôs contra essas barreiras e, com amor e dedicação, insistiu na sua vocação. Por anos, assumiu o Coco do Amaro Branco, e posteriormente fundou o Raízes do Coco. Sua métrica e energia vocal nos embalam ao som da zabumba, do ganzá e do pandeiro.

Por meio de sua música, participou de vários eventos culturais de relevância, como o Festival Brasília de Cultura Popular, Encontro de Coco Pernambucano, São Sambas, na Concha Acústica da UFPE, e o Encontro de Mestres das Culturas Populares – Folclorata, em Minas Gerais. Também está no filme “O Coco, A Roda, O Pneu e o Farol”, dirigido por Mariana Brennand Fortez, realizado no ano de 2007.

PH Reinaux / Acervo Secult-PE e Fundarpe

Mestra Ana Lúcia

Leia também

Festival Pernambuco Meu País encerra edição em Buíque com celebração à diversidade sonora pernambucana

A lona virou mundo: País das Brincadeiras e País das Conexões Urbanas encerram programação com arte, diversidade e casa cheia, em Buíque

Comunidade Quilombola Mundo Novo de Buíque: uma outra relação com a existência

Nota à imprensa – Alterações no Festival Pernambuco Meu País em Buíque neste domingo (3)

Festival Pernambuco Meu País finaliza passagem por Buíque com shows do Coco Raízes de Arcoverde, Barbarize, Jéssica Caitano, Hungria e Xamã

Compartilhar este artigo
Facebook Twitter Email Copy Link Print
Painel Informe Manaus de Satisfação: Gostou da matéria?
Love0
Angry0
Wink0
Happy0
Dead0

Você pode gostar também

Cultura

Festival Pernambuco Meu País encerra edição em Buíque com celebração à diversidade sonora pernambucana

4 de agosto de 2025
Cultura

A lona virou mundo: País das Brincadeiras e País das Conexões Urbanas encerram programação com arte, diversidade e casa cheia, em Buíque

4 de agosto de 2025
Cultura

Comunidade Quilombola Mundo Novo de Buíque: uma outra relação com a existência

3 de agosto de 2025

Nota à imprensa – Alterações no Festival Pernambuco Meu País em Buíque neste domingo (3)

3 de agosto de 2025
Cultura

Festival Pernambuco Meu País finaliza passagem por Buíque com shows do Coco Raízes de Arcoverde, Barbarize, Jéssica Caitano, Hungria e Xamã

3 de agosto de 2025
Cultura

Palco Pernambuco Meu País homenageia tradição carnavalesca e faz tributo à Música Popular Brasileira, em Buíque

3 de agosto de 2025
  • Blog
  • Fale Conosco
  • Termo de Uso
  • Política de Privacidade
  • Sobre o Site

Siga-nos

Portal Informe Pernambuco