Fotos: Luiz Felipe Bessa/Secult-PE/Fundarpe
Teve início na tarde desta sexta-feira (1º), no Vale do Catimbau, a programação do Pernambuco Meu País Descentralizado, mais um polo inédito do Festival Pernambuco Meu País 2025, que reúne gastronomia, literatura, culturas populares e música. A abertura aconteceu às 14h, no salão paroquial da Capela São José, no centro da vila de moradores, em uma atividade integrada com o País da Cultura Alimentar, que conectou memória da terra, tradições orais e o protagonismo feminino.
A vivência de estreia foi a “Semente Crioula: Plantando História, Alimentando o Futuro”, ação que articulou temas como agroecologia, alimentação saudável, história dos grãos e oralidade ancestral, e contou com a participação de jovens estudantes, moradores e profissionais da educação da região, e visitantes do evento.
A nutricionista e técnica em agroecologia Wilka Araújo, que conduziu a atividade, destacou a força simbólica das sementes crioulas. “Toda semente é pequena, mas carrega um mundo. Falar de sementes crioulas é falar de ancestralidade, de herança viva. Quando a gente semeia, está cultivando memórias e modos de vida. Estou aqui por mim, mas também por quem veio antes e pelas pessoas que continuam plantando, semeando, cozinhando e tentando fazer com que a terra seja mais saudável”, destacou.
Wilka também ressaltou o envolvimento dos estudantes locais na atividade. “Eles são o solo mais fértil para essa troca e um público essencial quando falamos de preservar cultura. É neles que a gente planta o futuro”, enfatizou.
A vivência de estreia foi a “Semente Crioula: Plantando História, Alimentando o Futuro”, ação que articulou temas como agroecologia, alimentação saudável, história dos grãos e oralidade ancestral
A ação ainda reforçou o compromisso do projeto com práticas sustentáveis, inclusão e protagonismo das mulheres. De acordo com Dianne Sousa, assessora de Gastronomia da Secult-PE, toda a curadoria foi pensada a partir das especificidades do território. “O Vale do Catimbau tem uma relação profunda com a agroecologia. Direcionamos as atividades para que dialogassem com a realidade local, incentivando a troca de técnicas e o uso de insumos da própria terra, como o licuri. Especialmente, reconhecendo o protagonismo do território, queremos que as mulheres das cooperativas possam replicar esses saberes nos seus ofícios cotidianos, por exemplo”, explicou.
Mais ações voltadas ao fortalecimento de práticas comunitárias e à difusão de expressões culturais conectadas à terra acontecem até este sábado, com o “Bora Fermentar” e a “Oficina de Panificação – Quintais Produtivos”. Já a programação do polo segue até este domingo (3), com diversas ações e muita música, com shows de Coco Santiago, Valdi Afonjah, Paulo Matricó, Gean Ramos e mais. Toda a programação está disponível no Instagram oficial do festival, o @festivalpernambucomeupais e o @culturape.