As intersecções entre cinema, literatura e raça continuaram ditando os rumos no País do Cinema no Festival Pernambuco Meu País neste sábado (27) em Gravatá. Neste segundo dia de mostras audiovisuais, o festival recebeu filmes dos mais variados gêneros e temáticas, em um interessante recorte da produção cinematográfica pernambucana atual.
Entre curtas, médias e lançamentos de livros foram exibidos mais três episódios da websérie “Escritoras Negras de Pernambuco” de Odaílta Alves, seguida de uma reflexão da escritora e realizadora audiovisual com o público. Mais uma vez, a escritora e contadora de histórias Inaldete Pinheiro esteve presente na plateia e participou ativamente do debate.
“Meu processo criativo se deu primeiro pela seleção das entrevistadas, porque eu sabia que queria uma série plural. Todas tem um ponto em comum: são mulheres negras. Mas serem mulheres negras é apenas uma das características”, detalhou Odaílta.
Karla Fagundes, assistente administrativa da linguagem de audiovisual da Secretaria de Cultura de Pernambuco, destacou a importância da mostra no Festival Pernambuco Meu País. “É uma oportunidade linda de reunir aqui grandes pensadoras e realizadores para pensar e conversar sobre cinema”, disse.
Além da exibição de filmes e do debate, o País do Cinema também realizou o lançamento literário da obra “Comer com Os Olhos” com o organizador Luiz Eduardo Andrade . A atividade foi uma parceria com a Cepe e foi lançada no stand da editora.
São 11 textos estudando a relação entre cinema e comidas. “Eu estudo um filme de Camilo Cavalcanti, “A História da Eternidade” e o filme particularmente me interessa porque a narrativa não é voltada para comida, mas ela é protagonista.”, resumiu o professor e pesquisador